Como é feito o gás de cozinha?
O Gás Liquefeito de Petróleo ou GLP tem esse nome, além de ser um derivado de petróleo, porque é resultado de um processo de liquefação que ocorre nas refinarias, de onde são extraídos dois hidrocarbonetos leves, em uma mistura específica.
Tais hidrocarbonetos são o propano e o butano, que são submetidos a um processo de compressão e sua transformação de estado gasoso para líquido é mais fácil e barata que a do gás natural.
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Quimicamente, o GLP é uma mistura de gases condensáveis – que podem passar ao estado líquido sob grande pressão– e que estão presentes em pequenas quantidades no gás natural ou dissolvidos no petróleo.
Tanto o propano, quanto o butano são obtidos principalmente no processo de destilação fracionada do petróleo.
Da refinaria para o botijão – Como é feito o gás de cozinha
Após o refino, destilação e transformado em gás liquefeito, o GLP é envasado e comercializado a granel ou em botijões, mantido na forma líquida sob alta pressão, para facilitar o transporte.
No botijão de gás, popularmente conhecido como gás de cozinha, os dois hidrocarbonetos estão na fase líquida. Este estado físico é mantido através da pressão a que as moléculas são submetidas no processo de compressão.
A armazenagem normalmente é realizada em recipientes de aço de variadas capacidades volumétricas e formatos. O mais comum em todo o país é o P13 (botijão de 13Kg), para uso residencial. Porém, existem diversos outros tamanhos de botijão de gás no Brasil.
O transporte a granel de GLP, em grandes caminhões tanque têm como consumidor final o setor industrial.
Como funciona a produção, distribuição e venda do gás de cozinha
O modelo nacional para o mercado de GLP está estabelecido em três partes: no início da cadeia, a Petrobras é a principal fornecedora, por produção própria em refinarias ou por importação.
Na segunda parte da cadeia, está regulada a livre concorrência de distribuidoras (são cerca de 20 marcas no país). Estas competem para entregar o produto a uma ampla rede de revendedoras (cerca de 70 mil).
As revendas, que são a terceira parte da cadeia, vendem ao consumidor final, seja residencial ou comercial/industrial.
O mercado de distribuição e revenda é livre, existindo saudável competição entre os concorrentes, seja no nível das distribuidoras como no nível das revendas.
O preço do GLP não é tabelado, é totalmente livre nos elos da cadeia, da refinaria ao consumidor final, passando pela distribuição e revenda.
Com o GLP, o mercado doméstico tem distribuição extremamente eficiente em quase todo o território nacional, isto é, alcança partes do Brasil fora dos tradicionais centros de consumo nas capitais e regiões metropolitanas.
Por serem mais de 70 mil revendas locais, estas vendem ao consumidor residencial os botijões de 13 kg (P13), alcançando mais de 5,5 mil municípios e mais de 66 milhões de domicílios.
Há uma grande confiança na segurança do botijão, ao qual a população já está acostumada, além de boa durabilidade do conteúdo, evitando a necessidade de trocas constantes.
O brasileiro está acostumado à venda direta do gás de cozinha de 13Kg de porta a porta ou através de sistema de delivery. Seu tamanho é suficiente para as necessidades de residências e pequenos comércios.
Autorização de operação da ANP para distribuidoras e revendas
Para criar uma distribuidora basta uma autorização da ANP, que é a agência reguladora que faz a fiscalização da distribuição e revenda dos botijões GLP para verificar se estão dentro dos padrões de segurança exigidos.
Essa autorização se dá nos termos das Resoluções ANP n° 49/2016 e nº 784/2019.
Para a obtenção da autorização de operação, quem quer abrir uma distribuidora deve protocolar na ANP mais de 15 documentos como comprovantes, projetos, laudos, alvará e licença ambiental expedida pelo órgão regulador do meio ambiente.
No caso de revendas, a empresa deve realizar um requerimento preenchendo Ficha Cadastral da ANP, entregando comprovações necessárias, como um Certificado de Vistoria do Corpo de Bombeiros que aprove as instalações para revenda de GLP, indicando as áreas de armazenamento existentes no estabelecimento, assim como a quantidade equivalente de recipientes transportáveis de GLP de 13 kg.
Estados Unidos também usa gás de cozinha?
Internacionalmente, o mercado de GLP mais conhecido é dos Estados Unidos e o caso deles é bem diferente do nosso.
Por questões culturais e históricas, o consumidor estadunidense se acostumou a utilizar fogões de cozinha elétricos, dispensando o GLP como combustível, como é o nosso caso, no Brasil
Assim, enquanto no Brasil as vendas de P13 ultrapassam 80% do consumo nacional, nos EUA as vendas de GLP envasado em qualquer tamanho de botijão não chegam a 5%.